A história por trás do Cardappio & Etc

Cardappio-Folha-Laranja

A história do Cardappio & Etc começa em 1982. Eu tinha 25 anos, acabara de casar-me, tinha ido morar em uma cidade estranha para mim.

Embora minha mãe fosse uma excelente dona de casa e cozinheira de talentos invejáveis, meus conhecimentos sobre culinária e organização de uma casa restringiam-se ao que eu a vira fazer. Eram noções testemunhais, teóricas, sem nenhuma prática. Pior, minha mãe estava distante 1.600km, geograficamente impossibilitada de dar-me qualquer ajuda.

Como meu marido eu e trabalhávamos em tempo integral, nos vimos, repentinamente, enfrentando um mundo novo, uma realidade muito distinta daquela que imaginávamos nos sonhos de recém-casados. Nossa vontade era gritar “SOCORRO!”, mas nem isso ajudaria, pois não tínhamos a quem recorrer.

Hoje em dia é possível comprar comida congelada, algumas até razoáveis em termos de sabor e qualidade nutricional, mas em 1982 o que existia, em geral, eram congelados industrializados cujos sabores a escolher eram “cabo de guarda-chuva” ou “plástico reciclado”. Exagero meu. Na verdade só havia um sabor: “gordura ruim”. 🙂

Restava-nos, portanto, a alternativa de aprender a cozinhar e fazer algumas comidas simples. O chamado trivial era trivial, mesmo, e muitas vezes consistia em abrir latas de salsicha e quebrar ovos.

Com o tempo, nosso crescimento profissional possibilitou que contratássemos uma cozinheira diarista. Pensamos: “Ufa, nossos problemas acabaram!” Só que não!

Assumi a tarefa de selecionar as candidatas e minha preferência recaiu sobre uma que disse saber cozinhar. Era verdade, mas ela não conseguia estabelecer um cardápio minimamente variado. Era bife com fritas, feijão, arroz e ovo, diariamente (a propósito, tudo gostoso). A grande variação ocasional era uma salada verde ou algum legume cozido que nem sempre (como se costuma dizer hoje em dia) “harmonizava” com o restante dos alimentos.

O desafio passou a ser organizar um cardápio que servisse de guia para a cozinheira e selecionar receitas que ela pudesse seguir. Fiz uma tabela datilografada, com referências cruzadas que possibilitavam anotar que refeição havíamos comido — e quando o fizéramos —, evitando assim as repetições. O método revelou-se tão sólido quanto prático, e em pouco tempo passou a funcionar no piloto automático, sem intervenção minha.

Além de duas enteadas e muitas sobrinhas, tenho diversas pacientes jovens em meu consultório de psicanálise e não é incomum ver manifestações de quase-desespero como a que vivi quando casei. Transmiti o método para algumas dessas pessoas e diversas delas me pediam que escrever um livro para disseminasse o método. Nunca o fiz, por falta de tempo.

Meu marido, Aluisio Affonso, está entre as pessoas que mais insistiam na ideia e me estimulavam a encarar a tarefa. Há alguns anos o assunto voltou à tona e ele — apesar de ser editor de livros  comentou na atualidade um texto escrito de maneira convencional, estático, não fazia mais sentido, e que havia concebido um aplicativo que comportaria o método. Autodidata e estudioso que sempre foi, mergulhou no processo e, em suas horas vagas, escreveu as regras de funcionamento, executou toda a parte visível para os usuários (o design / criação do site/ front end) e contratou um desenvolvedor que levou o projeto adiante com absoluta seriedade e competência.

E aqui está o resultado: um sistema testado, aprovado e pronto para facilitar vida de qualquer pessoa que precise estabelecer o que vai haver de refeições em casa.

Palavra de quem sobreviveu.

Helena de Castro Affonso

  • Psicanalista
  • @helenacastroaffonso | www.helenaaffonso.com.br

Copyright © 2021 | Editora Clix | Todos os direitos reservados. | Desenvolvimento: Nortti Sistemas (back end) / Editora Clix (front end)